Passam as horas, encadeiam os desenganos,
Pede-se contas á vida, que se revela avara
Fazendo promessas vãs que lúcidos recusamos,
Prometendo a esperança, que todos queremos.
E desse impasse que então se declara
Se escreve o percurso que empreendemos.
A ti alma, aponto também o teu norte,
Endosso-te aos destinos desta vida
E confiante empenho a eles tua sorte.
Traço um rumo, renasce nova a esperança,
Liberto a sina da morte já prometida,
Ela! Que da tua espera não se cansa.
Da passagem neste mundo, uma guerra,
Cá içamos nossa cruz, nosso estandarte,
Numa liça que vitoriosa não se encerra.
Já a mandíbula dos infernos nos convoca,
Desafiando os esquadrões que num aparte,
Nos protejem dessa sua horrenda boca.
Não façamos pois da vida mais um drama,
Preocupemo-nos que se vista de verdade,
Ainda que envolvida na teia duma trama
E revelada pareça sempre uma história.
Da existência, como eminente majestade,
Traçando a conduta, louvaremos a glória.
Luiz
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