ESCONJURO-TE VIL DESTINO
Percorrendo as lúgrubes estepes da desilusão,
Esses lugares ermos, crepusculamente desolados,
Onde, na ausência da nevrose dum perdão,
Esconjuro irado os vis resquiços dos pecados.
Assim, imune ao seu apelo que já sinto assaz forte,
Como um embriagado édipo do destino já faminto,
Não lhe fujo, mesmo quando seu bafo já pressinto.
Lança-me punhais, seus gritos lacinantes sinto,
E enquanto Dantesca esta realidade não aporte,
O desalento lhe nego, no que ao fatalismo importe.
Nestas estrofes liberto meus assomos de ironia,
Lanço-os ao chamamento cruciante da morte.
Até meus lábios, brancos, da espuma da agonia,
Se atrevem, ousados, a desejar-lhe a pior sorte.
Luiz
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